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Pacific Drive: De pacífico é só o nome | Análise

Pacific Drive é uma experiência espetacular e eu recomendo fortemente!

Analisado no PlayStation 5


Estreando no mundo dos games, o novato Ironwood Studios lança Pacific Drive, disponível para PlayStation 5 e PC, o game de sobrevivência em primeira pessoa que arrisca no apelo narrativo onde precisamos desbravar territórios no Noroeste Pacífico, com intuito de entender os fenômenos que estão acontecendo na Olympic Exclusion Zone que serve de terreno para um centro de pesquisa abandonado assustador.

Durante nossa jornada devemos coletar recursos e sobreviver aos territórios enquanto conspirações governamentais se levantam em meio a uma história turbulenta com relações homoafetivas bem elaboradas com frustrações profissionais elencando a ponta do iceberg. Em meio a tantos eventos, precisamos sentir o impacto que o jogo causa. A imersão é muito notória logo de cara, a disposição da luz solar em meio aos galhos e folhas da floresta fechada, o limpador de para-brisa indo de um lado para o outro enquanto a chuva escorre no vidro do carro… Todos esses detalhes tornam a experiência única.

Pacific Drive

O jogo inicia sua história em 1947, no ano que uma tecnologia nova abre um campo de pesquisa para vários cientistas. A tecnologia estava bastante avançada, alguns anos depois, o governo tomou conta de tudo e desaparecimentos misteriosos e evacuações emergenciais passaram a acontecer com certa frequência. Durante a década de 50 muros foram erguidos e assim aconteceu o surgimento da Olympic Exclusion Zone (OEZ).  30 anos se passaram, o governo abandonou as pesquisas, fechou o local e fingiu demência sobre os ocorridos lá.

No comando do carro em 1998, acabamos por acidente entrando nesse local cheio de ameaças mortais e fenômenos que a ciência não explica, em uma região completamente isolada. Porém dois estranhos passam a ajudar por meio de chamadas no rádio, nos guiando de forma segura até uma garagem que será utilizada como base de operações durante nossa campanha. Contando com a ajuda de 3 cientistas, descobriremos tudo o que rolou naquela região, o que houve com os moradores e a origem das criaturas e eventos que acontecem de fora para dentro da OEZ.

Utilizando o carro como forma primária de locomoção, devemos adentrar zonas pré selecionadas no mapa, investigar, coletar itens e fugir. No começo o carro é uma carniça, entretanto, conforme vamos progredindo no jogo, aprimoramentos se tornam possíveis tanto para o carro quanto para o personagem e base. Esse espectro de progressão torna cada missão em uma oportunidade de encontrar materiais úteis para transformar o carro em algo mais seguro e potente.

O jogo é muito claro em torno de sua narrativa e objetivos, permitindo conhecer intrinsecamente os personagens, criando vínculo com suas perdas e frustrações em relação a OEZ, que durante décadas destruiu seus lares e matou familiares. A experiência que fica é muito emocional, inclusive com o carro. Mesmo que você não seja um amante de carros, se sentirá muito ligado ao automóvel que é seu fiel escudeiro em tantas situações absurdas durante a jogatina.

O jogo em si não oferece combates, as ameaças se apresentam em forma de acontecimentos esquisitos. Você está sempre na hora e lugar errados. Turistas estranhos, manequins que surgem do nada no meio da estrada causando danos ao veículo, ovnis abdutores ou fragmentos da estrada que se soltam e te fazem capotar. Durante a exploração há uma constante sensação de estar sendo vigiado. Essa atmosfera é integrada por meio de elementos que são associados durante o jogo como chuva, tempestades, estradas escorregadias ou névoa. E esses elementos são acionados durante uma simples travessia por um vale.

O jogo sistematiza os perigos por regiões, enquanto uns são mais rurais, outros são urbanos e por aí vai… Os fenômenos vão acontecendo e se intensificando, tornando sua jornada ainda mais complexa toda vez que você precisa voltar na mesma região. Há também uma incorporação de mudanças climáticas que interferem diretamente em nosso trajeto. Usar faróis altos em áreas escuras podem consumir toda sua bateria, que é um fator importantíssimo, tal qual o combustível.

Pacific Drive

O apelo gráfico desse jogo é fora de série. Embora tenhamos modelos cartunizados, os ambientes são lindíssimos, beirando o fotorrealismo, cada cenário se torna uma verdadeira obra de arte em meio a texturas e jogos luz milimetricamente modulados. A trilha sonora merece uma honrosa menção, já que consegue atuar de forma brilhante com temas clássicos dos anos 80 que tocam na rádio. As músicas permeiam o rock melódico que se encaixam perfeitamente com os momentos e paisagens. O único defeito desse jogo é ele ser em primeira pessoa, particularmente acredito que se fosse em terceira, estaria no limite da perfeição.

Para finalizar, não tive problemas com o jogo, ele se mostrou muito fluído e singular em diversos aspectos. É um jogo único e diferente. O espectro oitentista de terror, mistério, eventos sobrenaturais com filmes de viagens como pano de fundo é um prato cheio para quem quer jogar algo totalmente diferente, que evoca sentimentos agridoces durante a jornada. Pacific Drive é uma experiência espetacular e eu recomendo fortemente!

Confira uma versão compacta dessa review no vídeo abaixo:

Pacific Drive

9.2

Nota

9.2/10

Positivos

  • Narrativa
  • Gráficos
  • Trilha sonora
  • Personagens

Negativos

  • Limitações da perspectiva em primeira pessoa
  • Desafios repetitivos nas Regiões e Clima

Thiago Richeliê

Um otimista cauteloso que sofre influências da desastrosa Lei de Murphy! Fisioterapeuta, amante de Games, o louco das Séries, apaixonado por Filmes e que chora ouvindo Músicas.
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