Banishers: Ghosts of New Eden – Amor, sacrifício e exorcismos | Análise
Em Banishers: Ghosts of New Eden precisamos defender o mundo de espíritos que possuem assuntos inacabados com este plano.
Analisado no PlayStation 5
Banishers: Ghosts of New Eden é um jogo de RPG de ação desenvolvido pela Don’t Nod e publicado pela Focus Entertainment. O jogo está programado para ser lançado para PlayStation 5, PC e Xbox Series X/S em 13 de fevereiro de 2024.
Em Banishers: Ghosts of New Eden precisamos defender o mundo de espíritos que possuem assuntos inacabados com este plano. Com bastante foco em exploração e coleta de itens, vamos acompanhar Antea e Red por territórios góticos e assustadores, enfrentando diversos espíritos obsessores que vagam por aí. Em meio a tantos obstáculos em sua jornada, em certo momento, Red se vê dividido entre escolher cumprir seu voto de proteger os vivos ou se tenta trazer sua amada de volta da terra dos mortos.
A narrativa e a ambientação do jogo são muito envolventes, oferecendo desenvolvimento emocional e psicológico dos personagens, formando assim um vínculo forte entre o jogador e os protagonistas que vivem reviravoltas trágicas e surpreendentes, onde o amor e o sacrifício coexistem. A narrativa de dois caçadores de fantasmas é absurdamente comovente, mostrando as consequências que o mundo dos mortos pode trazer para os vivos no meio de batalhas e horrores sobrenaturais
Red e Antea são banidores de espíritos e juntos possuem a missão de ajudar pessoas ou comunidades a se livrarem de assombrações. Embora se amem e se respeitem, ambos divergem suas abordagens acerca dos espíritos. Red é muito sério, mas mantém a mente aberta, sempre tentando entender o lado do espirito que insiste em ficar neste plano. Geralmente defende a ideia de que não é necessário banir o espirito e sim, auxiliá-lo a encontrar o caminho da luz. Já Antea, é do time de “quem perdoa é Deus, eu meto o louco”, sempre defendendo a ideia de que fantasmas querem apenas sugar a energia vital dos vivos e disseminar sofrimento.
Essa diferença entre os protagonistas cria uma narrativa muito interessante logo no começo do jogo, seja em diálogos entre eles ou mesmo com NPC’s. Baseada em sua teoria, Antea decide exorcizar um espirito maligno muito poderoso sozinha, na tentativa de proteger Red, porém as coisas fogem do controle e Antea é assassinada e Red é lançado penhasco abaixo, caindo no mar e ficando entre a vida e a morte.
A beira da morte, Red é encontrado por uma aprendiz de feiticeira que cuida dele até que esteja em condições de prosseguir sua jornada. Ao iniciar sua busca pelo inimigo, Red se depara com o espirito de Antea, e é então que sua dualidade começa a acender luzes de alerta: Red será capaz de exorcizar Antea ou fará tudo o que está ao seu alcance para reviver a amada? Essa dúvida é explorada amplamente durante a campanha, mostrando a eficiência e a evolução argumentativa dos protagonistas durante a execução de ações para manterem seu ofício. Associado a isso, temos também algumas missões secundárias apresentadas em casos sobrenaturais que precisam de desfecho, ofertando ainda mais imersão na jogatina.
E falando em casos sobrenaturais, precisamos enfatizar o quão fundamentais eles são e o quanto enriquecem a jornada dos protagonistas. De acordo com nosso progresso na campanha e no desenrolar dos casos, percebemos o quanto é tudo muito detalhado e complexo, mostrando a profundidade de cada caso, bem como suas reviravoltas e dramas singulares. Esse aspecto do jogo fica muito claro que a linha entre o certo e o errado é muito discutível a partir de diferentes pontos de vista.
Banishers: Ghosts of New Eden é uma experiência linear, com alguns ambientes amplificados que permitem uma exploraçãozinha aqui e ali. É possível encontrar tesouros, documentos e segredos que trazem densidade a narrativa. Além da exploração temos o sistema de combate que bebe da fonte de God of War e The Witcher, onde podemos esquivar, correr e desferir ataques leves e pesados. De acordo com nossas batalhas, vamos acertando golpes e enchendo uma barra de poder que permite executar um ataque mágico, capaz de banir os espíritos por completo. Confesso que embora não tenhamos uma grande variedade de inimigos, o jogo ainda consegue oferecer uma sensação satisfatória em relação aos combates.
A trilha sonora é bastante fidedigna ao espectro sobrenatural, nos transportando diretamente a New Eden com suas composições que oscilam entre os momentos de combate e exploração, além de delinearem todo o mistério que envolve o jogo. Visualmente temos uma performance agradável que remete de maneira eficaz aos anos 1.600, durante a ascensão das colônias e comércios locais. Olhando detalhadamente é tudo muito bonito e competente dente da proposta que o jogo oferece. Um ponto que me incomodou foi o fato de ocorrer assincronia labial em alguns momentos, mas nada que comprometa a experiência.
Para finalizar, Banishers: Ghosts of New Eden é um jogo seguro, com proposta de narrativa sólida, com gameplay satisfatória em um mar de RPGs mirabolantes e cansativos. Definitivamente poderia ser mais grandioso, mas acredito cegamente que fez uma estreia marcante com muita ação, garantindo espaço para se tornar uma franquia futuramente. Eu recomendo esse jogo fortemente por seu apelo emocional, sua história envolvente bem ao estilo da Don’t Nod e uma execução competente dos atributos técnicos. Certamente vale seu rico dinheiro.