Cyberpunk 2077: Phantom Liberty – A liberdade tem um preço | Análise

Se a história é boa a jogatina agora está de cara nova e Cyberpunk se torna quase um novo jogo com a DLC e a nova atualização.

Jeferson Vasconcelos20/09/2023Última Atualização 25/09/2023

Analisado no PC

Phantom Liberty é a primeira e única DLC de Cyberpunk 2077. Desenvolvida e distribuída pela CD Projekt RED, Phantom Liberty está prevista para chegar em 25/09/2023 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Lançado no final de 2020, Cyberpunk 2077 foi uma das grandes decepções daquele ano, o jogo que vinha gerando grandes expectativas, infelizmente foi lançado em um estado inacabado repleto de problemas, mas guardando um grande potencial. Os anos passaram e o Cyberpunk foi gradativamente recebendo atualizações que não só corrigiram grande parte dos problemas como melhoraram alguns aspectos do jogo e para expandir a jogatina recebemos Phantom Liberty.

Sendo a primeira e única DLC de 2077, Phantom Liberty chega trazendo uma trama que explora com maior profundidade os elementos da temática cyberpunk que foram deixados de lado e passaram batidos no jogo base. A DLC chega acompanhada da atualização 2.0, ambas juntas fazem uma completa repaginada na experiência fazendo com que Cyberpunk 2077 se transforme quase em um novo jogo.

Chega de enrolação e sem spoiler à frente. A trama de Phantom Liberty se passa no meio da campanha, com o personagem V já adquirindo e sofrendo com chip Relic em sua cabeça e também com a consciência de Johnny Silverhand. A trama nos leva a Dogtown, um distrito isolado dentro de Night City, Dogtown é um bairro periférico controlado por um poder paralelo no estilo do filme francês Banlieue 13 “B13”, V é levado aqui através de um trabalho que como pagamento pode trazer uma possível cura para sua enfermidade.

A história é muito boa e essa aventura irá nos apresentar a novos icônicos personagens em uma trama que envolve política, ação, espionagem e suspense, fazendo o uso de vários clichês e também artifícios do universo Cyberpunk que não vimos no jogo base. Keanu Reeves está volta como Johnny Silverhand que ganhou novas falas, mas servindo agora como um coadjuvante, o personagem não aparece muito mas quando o faz ele chega com o pé direito, trazendo um certo peso para as decisões de V. A “estrela principal” aqui está em Solomon Reed interpretado pelo ator britânico Idris Elba, Reed é um agente especial com vários contatos e múltiplos recursos, ele irá trabalhar com V no decorrer da história e suas interações irão influenciar no desenrolar de toda a aventura. Existem outros personagens novos importantes para a trama principal e outros secundários, mas você terá de jogar para descobrir.

Se a história é boa a jogatina agora está de cara nova e Cyberpunk se torna quase um novo jogo com a DLC e a nova atualização. Começando pelos novos recursos exclusivos da DLC, em Phantom Liberty temos a adição de um novo distrito Dogtown que chega com 13 novas missões principais que levam boas horas para serem completadas, além desses temos novos trabalhos secundários, atividades, eventos dinâmicos, itens raros, chefes, três novas estações de rádio e uma nova e exclusiva árvore de habilidades “Relic”, é conteúdo suficiente para boas horas de jogo e quem não tem um save game ou quer começar um novo pode optar por pular o início e partir direto para um ponto onde o conteúdo da DLC pode ser acessado.

É impossível falar da DLC sem citar as novidades que serão implementadas no update 2.0 que chega na data de 21/09, dias antes do lançamento de Phantom Liberty. Como dito mais acima o jogo vem sendo atualizado e corrigido com o tempo e esse update 2.0 traz mudanças substanciais no jogo que modificam completamente a construção do personagem. A nova atualização é gratuita e como novidades temos a completa reconstrução das árvores de habilidades que agora estão mais consistentes e trazem novos benefícios, o sistema de stamina/vigor foi alterado e agora não desce mais enquanto você corre, mas sim enquanto você atira ou utiliza alguma arma fazendo com que o combate se torne um pouco mais lento, mas ao mesmo tempo bastante dinâmico pois além disso os itens de cura e granadas agora recarregam com o tempo. As modificações cibernéticas também foram alteradas e agora temos mais espaços de modificação e novos módulos, em contrapartida o sistema recebeu um limite de “energia” consumido por cada módulo instalado com um limitador que aumenta conforme você ganha níveis, esse sistema agora também é responsável pela armadura do personagem e o jogador finalmente fica livre para vestir o personagem da forma que quiser.

A nova atualização também traz um novo sistema de polícia que foi completamente refeito e que agora funciona quase como no GTA e afins. Os policiais receberam uma AI aprimorada que responde a chamados de forma tática e dinâmica, aumentando de intensidade conforme o grau de suas ações ilegais. Outra novidade é a introdução do combate em veículos, sendo possível disparar armas de fogo enquanto dirige ou pilota com a adição de armas para alguns veículos, sendo que o lançador de mísseis é exclusivo da DLC.

O jogo vem recebendo novos recursos gráficos com o tempo e atualmente conta com FSR 2.1 e Intel XeSS que são uma boa opção para ganhar performance e estabilidade. Como novidade a atualização e a DLC irão trazer as tecnologias NVIDIA DLSS 3.5 com o novo Ray Reconstruction e o NVIDIA Reflex, essa nova atualização promete melhorar ainda mais a clareza dos reflexos e do sistema de iluminação, além de também trazer uma pequena melhoria de quadros. Com a adição de novas tecnologias e recursos, os requisitos de hardware foram atualizados e apesar de ainda ser possível jogar na qualidade mínima com uma máquina mais fraca, quem quiser fazer uso dos novos recursos irá precisar de um PC considerável.

Jogamos uma versão pré lançamento e embora a história seja muito boa a quantidade de problemas ainda é considerável, embora seja menor número do que no lançamento. A experiência no geral foi boa, mas ela demorou um pouco para estabilizar e as primeiras 3 horas da DLC foram marcadas por inúmeros crashes e alguns bugs, com o jogo fechando aleatoriamente ao abrir qualquer um dos menus, incluindo o inventário. Os bugs estavam relacionados ao V cair de elevadores e switches não funcionarem, problemas que foram nos informados antecipadamente e que provavelmente serão corrigidos no lançamento. Após essas 3 horas já chegando na metade da nova aventura o jogo foi ficando mais estável e do meio para o fim a experiência foi praticamente perfeita, nesse período só sofremos um crash e por incrível que pareça nenhum bug aconteceu. O jogo aparenta estar mais polido, mas como disse, as primeiras horas da DLC foram marcadas por muitos problemas que misteriosamente desapareceram a partir da metade da nova aventura.

No final, Phantom Liberty é uma incrível adição para o título, sua história é muito boa e seus sistemas de jogo em conjunto com a atualização 2.0 proporcionam uma experiência completamente nova. O preço cobrado é justo e eu recomendo a DLC a todos que gostaram do jogo e querem experimentar mais desse universo, o lado ruim é que esta será a única DLC do título visto que a CD Projekt RED está abandonando a REDengine que será substituída pela Unreal Engine nos próximos jogos.