LEGO® Bricktales VR – Uma boa adaptação que não traz nada de novo | Análise

LEGO Bricktales VR é uma adaptação da versão para as telas flat, sua aventura é linear e não temos um modo de construção livre

Jeferson Vasconcelos07/12/2023Última Atualização 07/12/2023

Analisado no Meta Quest 2

LEGO Bricktales VR é um jogo de exploração e puzzles desenvolvido pela ClockStone STUDIO e distribuído pela Thunderful Publishing AB. O título está com data de lançamento prevista para 07/12/2023 com versão confirmada atualmente para a plataforma Meta Quest.

Sendo uma adaptação de Lego Bricktales lançada em 2022 para as telas Flat, LEGO Bricktales VR chega com uma experiência AR/VR divertida e interessante, mas também cansativa.

Em Lego Brick Tales nós jogamos como um personagem Lego que tem a tarefa de auxiliar o seu avô a restaurar um parque de diversões. Sem recursos, mas com um portal de transporte à disposição, nós iremos visitar outros mundos auxiliando outros personagens para conseguir cristais de felicidade que podem ser utilizados como fonte de energia para as atrações do parque. A história é bem leve e o jogo irá te levar pelas diferentes temáticas dos kits Lego, uma aventura simples e divertida com vários quebra cabeças para se resolver.

No controle do personagem nós iremos explorar os diferentes mapas encontrando NPCs, obstáculos e objetivos que servem como quebra cabeças. Basicamente toda a construção está atrelada aos obstáculos e objetivos, onde iremos utilizar as peças de Lego para construir as soluções. Diferente da versão Flat, nesta adaptação para VR as construções são literalmente feitas a mão, sendo preciso pegar e encaixar bloco a bloco.

Os controles são simples e funcionais com o menu de opções estando atrelado ao seu pulso como um relógio. Durante a exploração nós iremos controlar o personagem através do analógico esquerdo, sendo possível mudar a posição do cenário ao agarrar a estrutura girando-a e também dando zoom, uma experiência que lembra um pouco de Captain Toad: Treasure Tracker do 3DS/Wii U que utiliza a tela touch do console, porém aqui nós temos mais controle e estamos imersos.

Ao chegar nos objetivos e obstáculos será preciso utilizar os controles para literalmente interagir com as coisas e como dito acima a construção é feita bloco a bloco. A experiência se assemelha bastante à real, porém tudo aqui é mais prático pois temos teclas dedicadas para excluir os blocos e não existe perigo de esbarrar e acabar destruindo ou espalhando os tijolos.

Com esses recursos à disposição, montar e desmontar é uma tarefa simples e divertida, ao concluir uma construção é possível utilizar o modo sandbox com blocos infinitos para refazer sua obra de forma mais complexa, mas não abuse do sistema pois infelizmente toda essa liberdade chega com um preço físico e o jogo acaba cansando após um tempo, pois temos de ficar segurando os controles, fazendo ações repetidas enquanto montamos bloco por bloco sem suporte para os braços.

Os gráficos estão muito bons e a qualidade está similar a versão flat com um adicional que é o suporte AR. Sim, além de ser uma experiência formatada para VR, o título traz o opcional de realidade aumentada e é possível posicionar o mapa em qualquer lugar na sua área de jogo enquanto vê o ambiente de fundo que é preto e branco no Meta Quest 2 e colorido no Quest 3. Claro que o AR é opcional e caso não queira essa opção é possível jogar com um plano de fundo fixo que muda de cor conforme a ambientação de cada mapa.

Jogamos uma versão pré-lançamento e embora a experiência seja positiva ela não é perfeita e tem algumas falhas. Começando pelo sistema de construção que apesar de ser bastante funcional chega com algumas inconsistências, principalmente quando precisamos posicional estruturas cosméticas em cima de blocos onde o sistema às vezes posiciona no local errado, as caixas de interação de algumas peças também estão bastante pequenas e é fácil selecionar o tijolo errado na hora de excluir ou posicionar. O pior de tudo está relacionado as cinemáticas da história e a posição do mapa de jogo, por mais que o jogo traga acesso ao AR e seja possível posicionar o mapa onde quiser, durante nossos testes toda vez que um evento da história acontecia o mapa era automaticamente resetado para o centro da tela, sendo necessário reposicionar novamente, o que de fato estragou a experiência AR. Como dito, jogamos uma versão pré-lançamento e o jogo deve receber atualizações.

No final, por mais que LEGO Bricktales VR traga uma experiência divertida, infelizmente nada aqui é novo. O jogo é uma adaptação da versão para as telas flat, sua aventura é linear, não temos um modo de construção livre e se você é fã de Lego provavelmente já jogou a versão original. O preço cobrado é um pouco salgado pois a loja do Meta Quest cobra em dólares americanos e apesar de ser divertido, eu prefiro recomendá-lo somente para fãs, do contrário é melhor esperar por uma promoção.