Zool Redimensioned: O resgate da mascote que não se destacou | Análise

Zool Redimensioned tenta trazer de volta algo que ninguém pediu, afinal de contas, tava lá esquecido no limbo da memória dos 30+

Thiago Richeliê01/02/2024Última Atualização 01/02/2024

Analisado no PlayStation 4

A sensação de nostalgia e saudosismo que invade o coração das pessoas é algo absurdamente poderoso. E pensando nisso, alguns desenvolvedores, volta e meia se apropriam disso e trazem de volta grandes clássicos, ou nem tão grandes assim… Zool é um clássico da década de 90, que estava largado e abandonado no galpão empoeirado e mofado da história. Lançado lá em 1992 como concorrente direto de Sonic e outros mascotes, claramente não teve muita chance de competir ou sequer, estar no top 5 de mascotes da época. Entretanto, com o decorrer dos anos, ele conquistou uns fãs aqui e ali.

Em 2021 ele foi lançado para PC e em 2023 para PS4 em forma de remaster, para tentar mais uma vez se vender e conquistar seu tão sonhado lugar ao sol. Seguindo uma trilha de fidelidade ao jogo original, ele consegue ofertar padrão de alta definição, sem perder aquela sensação de um jogo de mais de 30 anos. Não importa se você jogou ou não este título durante sua juventude, o que importa é o aqui e agora. Então abra sua mente e se entregue a esta aventura.

Seguindo a premissa mais utilizada nos anos 90, temos aqui uma criatura alienígena que sai em uma grande jornada para proteger o mundo/multiverso de perigos e dominação de um grande vilão. Neste caso temos Zool, um ninja muito hábil da dimensão N, que precisa impedir o terrível Krool de dominar o universo, mas antes disso, ele precisa deter os generais dele. Óbvio que é tudo muito clichê e isso é delicioso. Se em 1992 isso é o puro suco espremido e utilizado como receita de bolo em quase toda obra, hoje temos uma variedade maior de narrativas, mas nunca é demais revisitar o que outrora foi o ápice do entretenimento.

O personagem principal exibe certo charme e suaves notas de carisma, que ao associar com chefes detentores de habilidades únicas e poderes singulares se torna ainda mais interessante. Talvez não seja uma obra pra agradar todos, assim como não era lá em 1992, mas ainda assim, há um contexto que envolve o jogador e que acaba por criar um vínculo de interesse. A coleção de elementos gráficos provoca muita admiração e nostalgia naqueles que lembram da época dourada de sua juventude.

Apresentando especificidades como todo bom jogo de plataforma, bem como seus rivais: O herói é veloz, tem habilidade de combate a distância por meio de tiros de energia, ou seja, dá pra eliminar inimigos de longe, bem como saltar sobre eles, um por um. Zool é um ninja, lembram? Essa característica permite que exploremos bem os obstáculos que cada fase reserva pra gente. Seus reflexos e sua destreza são primordiais para a coleta de recursos e progressão do jogo.

Em Zool Redimensioned os mundos tem suas fases específicas, culminando em uma grande batalha com um boss no final de cada mundo. A nivelação de dificuldade desse jogo oscila muito. Não de uma maneira padrão que se espera, mas de forma desorganizada, pode ser que seja intencional, mas não sei se acredito nisso. Existem chefões com padrões de ataque bastante simplistas e fáceis de decorar e outros já são mais complicados e essa dificuldade que se espera do último chefão, acaba surgindo em batalhas que estão durante o processo, e quando chegamos no fim, é uma lutinha besta, xoxa, capenga…

Como o título sugere, a tela está redimensionada e isso se torna um fator facilitador durante a jogatina, uma vez que a visão se tornou mais ampla, possibilitando um panorama estendido, evitando surpresas indesejáveis e perda de recursos. Inimigos, salas e caminhos ocultos, paredes falsas que escondem itens raros agora são facilmente identificados durante a exploração. O jogo se mostra competente e preciso ao ofertar dinamismo com tantos caminhos possíveis. A trilha sonora funciona bem, até que ela acaba e começam a repetir as mesmas músicas, tornando a experiência um pouco enjoativa.

Para finalizar: Zool Redimensioned tenta trazer de volta algo que ninguém pediu, afinal de contas, tava lá esquecido no limbo da memória dos 30+. Mas ainda assim chama atenção por uma jogabilidade interessante, gráfico chamativo e pequenos ajustes que tornam a experiência mais moderna, por assim dizer. No geral, resgataram um jogo que não se destacou nos anos 90 em virtude de seus concorrentes e que apesar de não ter envelhecido tão bem, ainda tem um certo charme.