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Rise of Rebellion – Desnecessariamente complicado e aparenta não estar finalizado | Análise

Rise of Rebellion traz uma mistura do que encontramos nas franquias Souls e Sekiro, ambas da FromSoftware onde o desenvolvedor Hytacka trabalhou.

Analisado no PC


Rise of Rebellion é um RPG de ação com elementos Soulslike, desenvolvido por Hytacka e distribuído pela Kodansha Game Creators’ Lab. O título foi lançado em 21/04/2025 com uma versão disponível atualmente para PC.

Desenvolvido por Hytacka que tem experiência de trabalho na FromSoftware com a franquia Dark Souls 3. Rise of Rebellion mescla os estilos de combate das séries Souls e Sekiro, com uma experiência cheia de ideias interessantes na teoria que infelizmente não se desenvolvem por problemas técnicos e algumas escolhas de design.

A trama de Rise of Rebellion, nos coloca no papel de um guerreiro Tel que tenta salvar a cidade fictícia de Tella, expulsando os guerreiros invasores e restaurando a honra de seu povo. Assim como na série Souls, toda a trama vai sendo contada em grande parte de maneira subjetiva durante a jogatina e aqui ela não impressiona, servindo só para dar um sentido para todo o confronto.

Na jogabilidade, Rise of Rebellion traz uma mistura do que encontramos nas franquias Souls e Sekiro, ambas da FromSoftware onde o desenvolvedor Hytacka trabalhou. Os elementos Souls chegam através das mecânicas de exploração e itens, com um cenário semi linear composto de passagens e atalhos desbloqueáveis, além de diversos itens escondidos em esquinas. O combate já é uma mistura dos jogos citados anteriormente e aqui a experiência é a de tirar PVP com cada um dos oponentes.

O sistema de combate traz diversas ideias interessantes no papel, com uma barra de energia/estamina que precisa ser consumida para então causar dano considerável ao inimigo. Neste ponto o jogo se assemelha a jogatina de Sekiro onde o bloqueio e as deflexões perfeitas contribuem para a diminuição e preservação desta barra, mas aqui também temos ataques especiais que desestabilizam os oponentes e criam aberturas. A dinâmica aqui é mais rápida com cada inimigo tendo padrões diferentes, onde alguns é preciso esquivar, outros sendo necessário defletir, já outros sendo necessário combos com uma abordagem mais agressiva. Temos cristais de cura que são limitados e a poção que se recarrega nas fogueiras funciona como uma espada, onde temos um ataque especial que nos protege e recupera vida.

Como dito acima na teoria essas ideias são interessantes, mas infelizmente na prática quase nada funciona e o sistema acaba se tornando desnecessariamente complicado, além de ser duramente afetado por problemas técnicos. Para se ter uma ideia, no modo normal é necessário realizar contra-ataques, seja esquiva ou deflexão de forma perfeita para não ser punido, caso contrário prepare-se para receber combos devastadores que por problemas técnicos às vezes se estendem mais do que deviam.

O sistema fica ainda mais complexo, pois não basta apenas apertar o botão de esquiva, sendo necessário acertar o lado correto da esquiva para funcionar e infelizmente os comandos são extremamente imprecisos e não são reconhecidos na maioria das vezes. Também temos diversos problemas com caixas de interação e detecção de dano, com inconsistências tanto ao atacar ou ser atacado que acabam deixando o complicado sistema ainda mais frustrante. O jogo foi atualizado e recebemos modos de dificuldade com a promessa de consertar esses problemas, retirando o lado correto da esquiva e deixando as animações dos inimigos mais lentas nos modos mais fáceis, porém a atualização de certa forma não corrigiu a detecção de dano e o sistema ainda se encontra bastante inconsistente.

O título foi feito na Unreal Engine e como de praxe temos belos efeitos de iluminação, sombra e também diversos problemas de desempenho. Os visuais aqui são OK, não temos muitas variações de modelos e na grande maioria os personagens são um pouco genéricos com poucos detalhes, os cenários também não trazem muita variedade e sofrem com uma textura inconsistente, onde temos locais muito bem detalhados, já outros que não tiveram essa atenção. Apesar das inconsistências nas texturas e modelos, pelo menos os efeitos de iluminação e sombra estão presentes e são bem feitos, algo que é bastante notável em algumas seções de mapa fechado.

Assim como o sistema de combate, o desempenho no geral também é extremamente inconsistente, as quedas de quadros são frequentes e muitas vezes aleatórias. Falta muita otimização e em alguns locais, o simples ato de virar a câmera já é o suficiente para termos quedas drásticas de performance, estas que às vezes acontecem em momentos de combate e contribuem ainda mais para os problemas deste sistema. Além do desempenho o jogo também estava com problemas de tradução, e apesar de também ter localização para inglês, por algum motivo o título se recusava a aceitar o idioma e retornada para o padrão em japonês, problema este que foi sanado em uma atualização, mas que inicialmente nos fez ter de recorrer ao Google Lens para ler os menus e tutoriais iniciais.

No final, apesar de trazer algumas ideias interessantes, infelizmente Rise of Rebellion é mais um título independente que não se desenvolve por problemas técnicos e algumas escolhas de design. O preço cobrado é camarada, mas a experiência é ruim e traz uma impressão de não estar pronto e de ser mais um acesso antecipado ou demo do que um título completo, por estes motivos eu prefiro recomendá-lo somente para quem se interessar.

Confira no vídeo abaixo o gameplay de Rise of Rebellion:

Rise of Rebellion

5

Nota

5.0/10

Positivos

  • Ideias interessantes
  • Preço

Negativos

  • Sistema de combate inconsistente
  • Desempenho ruim
  • Muitos problemas

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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