
Jogo testado no PC
As We Descend é um jogo de montagem de decks no estilo roguelike, desenvolvido pela Box Dragon e publicado pela Coffee Stain Publishing, ele entra em acesso antecipado hoje, dia 28/05/2025. Combinando elementos de estratégia com batalhas intensas de cartas, o jogo te desafia a recrutar e evoluir tropas enquanto enfrentam inimigos monstruosos em um ambiente hostil. Com uma estética que mistura futurismo e medievalismo, o jogo oferece uma experiência única, onde cada decisão pode significar a diferença entre a vitória e a derrota.
O jogo se passa em um mundo pós-apocalíptico onde a humanidade luta pela sobrevivência em uma cidade decadente, mesclando tecnologia avançada com arquitetura medieval. A narrativa é implícita, contada através de encontros, diálogos e ambientação, deixando margem para interpretação. A fusão de elementos futuristas e medievais cria um visual distinto, transmitindo uma atmosfera de desespero, reforçando a ideia de que o jogador é a última esperança da humanidade.
Com uma estrutura cíclica, os jogadores enfrentam uma batalha de chefe decisiva a cada cinco ciclos, e após derrota-lo, a cidade literalmente “desce” para níveis mais profundos e desafiadores. Esse sistema de progressão cria um ritmo interessante, alternando entre fases de preparação estratégica e confrontos épicos contra chefes. Cada ciclo oferece oportunidades para recrutar tropas, aprimorar cartas e ajustar táticas, mas também introduz riscos calculados – eventos aleatórios podem tanto salvar uma run condenada quanto arruinar uma estratégia bem-sucedida em segundos. Essa imprevisibilidade, embora típica do gênero, às vezes peca pelo excesso: alguns chefes surpresa surgem com habilidades desproporcionais, exigindo combinações muito específicas de cartas para serem derrotados.
A questão da cura limitada segue sendo um ponto problemático. Enquanto a dependência quase exclusiva da carta Bandagens pode ser uma escolha de design intencional, na prática ela frequentemente torna a experiência frustrante, especialmente quando o RNG simplesmente se recusa a oferecer qualquer opção de cura durante vários ciclos consecutivos. Isso se agrava nos níveis mais profundos, onde o jogo claramente espera que o jogador tenha acesso a recursos que nem sempre estão disponíveis. Há a opção de reviver tropas e também de cura na cidade enquanto o jogador explora, mas geralmente não é o suficiente para se preparar para a próxima batalha.
Vale destacar que, como título em acesso antecipado, As We Descend tem tudo para melhorar significativamente. A estrutura básica é sólida e envolvente mas precisa de ajustes finos. O potencial está lá: com um balanceamento mais cuidadoso dos chefes, uma revisão no sistema de cura, e um pouco mais de consistência na progressão de dificuldade, este poderia se tornar um ótimo jogo do gênero.
No estado atual, é uma experiência que vai agradar principalmente aos fãs hardcore de roguelikes que não se importam em enfrentar desafios desiguais em troca de mecânicas inovadoras. Para outros jogadores, talvez valha a pena esperar por atualizações.