Sifu – Quando Dark Souls encontra Jackie Chan! | Análise

Sifu traz uma ideia inovadora em que a cada morte o protagonista tem a opção de reviver no mesmo momento porem mais velho.

Thiago Bonito18/02/2022Última Atualização 18/02/2022

Analisado no PlayStation 5

O estúdio francês Sloclap trouxe aos donos de Playstation 4, Playstation 5 e PC via Epic Games um jogo desafiador, inventivo e principalmente uma grande homenagem aos filmes de Kung-Fu. Sifu enaltece ainda mais a importância em termos além dos games AAA, títulos Indie com muita qualidade.

Assim como os clássicos filmes de Kung Fu, Sifu traz uma história simples sem muita preocupação com diálogos ou narrativas, pois trata-se de um sentimento de vingança que o protagonista ira alimentar do inicio ao fim da jornada.

O mérito de Sifu está em exatamente utilizar deste sentimento de vingança para construir todo um contexto com o personagem cujo sexo pode ser escolhido logo no início, e atribuir a ele a experiência necessária em combates desafiadores.

Os comandos do controle bem como a dinâmica do combate são simples de início, porem conforme o avanço das fases, vão se aprimorando e obrigando o jogador a ter cautela na movimentação, pois um golpe deferido sem que acerte o oponente pode ser fatal. A progressão é propositalmente ofertada aos poucos como em qualquer game do gênero, mas a diferença é que em Sifu não adianta ter uma gama de comandos se não souber como usa-los.

Sifu conta com uma arvore de habilidades que exigem pontos de XP para que novos golpes possam ser incrementados ao protagonista e obter esses XP são determinantes para a evolução da gameplay em si. Explorar os cenários, coletar itens diversos, utilizar armas e até mesmo provocar o oponente é valido para isso. É possível obter upgrades pós fase através de totem em troca da pontuação ganha, porem eles funcionam de forma temporária e caso o jogador venha a morrer, o mesmo será perdido.

Com seis cenários disponíveis, podem até parecer pouco porem a dificuldade distribuída dentre eles vai fazer com que o fator gameplay seja satisfatório tamanha a quantidade de inimigos que se apresentam nos locais. Ainda que o jogador possa ser habilidoso, em um único cenário pode ter de 4 a 7 inimigos sedentos por pancadaria e subestima-los é game over na certa.

Falando em game over, Sifu traz uma ideia inovadora em que a cada morte o protagonista tem a opção de reviver no mesmo momento porem mais velho. A genialidade está em voltar com os golpes mais fortes, mas em contrapartida a barra de vida é menor. Essa dinâmica faz com que o game tenha o fator gameplay favorecido e prolongue ainda mais o desafio.

Com esse aspecto de game tipo “roguelike” toda vez que o personagem morre a contagem vale para a sua idade ao renascer e o que pode em primeiro momento ser útil, acaba se tornando um transtorno caso o jogador fique empacado em um único cenário ou nos chefes que trazem um desafio acima da média.

A desenvoltura da arte marcial infelizmente pode ser prejudicada pela câmera do game que por inúmeras vezes tratou de atrapalhar no momento exato da ação por simplesmente não se posicionar de forma correta. Em um cenário onde cada golpe acertado faz toda a diferença, ter a câmera como inimiga é realmente frustrante.

Outra situação é que os diálogos poderiam ter sido na língua nativa chinesa e não em Inglês. Mesmo com ótimas legendas em PT-BR, o inglês canastrão e um tanto quanto forçado tiram um pouco o brilho do Kung Fu raiz e até mesmo o convencimento do protagonista em suas falas.

Por fim, Sifu traz o desafio certo para aqueles que procuram um game voltado a pancadaria no melhor estilo artes marciais sem perder a qualidade e dinamismo. Pode ser frustrante em alguns momentos pela elevada dificuldade, mas exatamente por não ter um peso jogo AAA, a preocupação em agradar a todos passa longe.