Maestro – Não tenho roupa para esse evento | Análise

Ricardo Calonga20/06/2025Última Atualização 20/06/2025

Analisado no PlayStation VR2

Jogos musicais me atraem desde 2005 quando joguei Guitar Hero pela primeira vez, pegar o controle e sentir que estamos tocando uma guitarra em uma banda virtual com vários clássicos do Rock fazia eu me sentir “O CARA”, a experiência chegou a outro nível quando comprei o controle guitarra para jogar no PS2, aí sim minha mente explodiu, pois eu parecia um rockstar mesmo não sabendo tocar nenhum instrumento na vida real.

Pouco tempo depois foram chegando vários jogos desse tipo e mais acessórios como um microfone e uma bateria foram lançados para aí sim termos uma banda de rock completa.

O tempo foi passando e os jogos musicais foram perdendo espaço nas bibliotecas virtuais pois eram sempre “mais do mesmo” e o povo começou a enjoar do estilo, inclusive eu também não suportava nem olhar mais para a tela do jogo. Mas o que ninguém imaginava é que haveria outras formas de jogar esses jogos com a chegada dos óculos de realidade virtual, jogos como Unpluged Air Guitar, Drums Rock, Smash Drums, trouxeram de volta o Rock para nossas vidas de um jeito totalmente diferente de tocar.

Agora o que realmente me impressionou em termos de jogos musicais é que eu NUNCA me imaginei conduzindo músicas extremamente conhecidas em uma Orquestra Sinfônica completa na pele de um MAESTRO.

Maestro é um game musical lançado primeiramente para Quest e PCVR em outubro de 2024, e agora dia 20 de junho de 2025 chega ao PlayStation VR2 trazendo 30 músicas extraordinárias em seu repertório, vários cenários, vestimentas, batutas, e a coisa mais legal que é o Hand Tracking. Jogar Maestro usando apenas as mãos é a escolha perfeita para esse jogo, mas tem mais, você pode pegar algo que pareça uma batuta e usar também para aumentar mais ainda o realismo, no meu caso usei um espanador de pó.
Claro que os controles do PSVR2 também funcionam muito bem, mas a imersão é muito maior devido ao hand tracking.

Os gráficos são muito bonitos sem embaçados ou serrilhados, temos vários cenários que vão se abrindo conforme jogamos, e alguns deles são de cair o queixo de tão bem feitos que são pois proporcionam uma imersão excelente fazendo-nos acreditar que estamos realmente em um teatro imenso todo decorado conforme você desejar. Além dos cenários podemos trocar nossas batutas, luvas e também as vestimentas dos nossos músicos.

A parte mais importante de tudo isso é claramente a escolha da lista de músicas que existem no jogo, e devo destacar algumas que me animaram bastante como “The Bridge of Khazad Dûm” de Senhor dos Anéis, “Hedwig’s Theme” de Harry Potter e “Duelo of Fates” de Star Wars. Sim são músicas INCRÍVEIS e que deixam a porta aberta para vários DLC’s… pois eu já me imaginei conduzindo a Orquestra com o tema de Indiana Jones e De volta para o Futuro… quem sabe um dia né? A lista de músicas que temos até o momento deixarei no final dessa análise.

O objetivo do jogo é bem simples, conduzir a orquestra o mais perfeitamente possível para obter a melhor pontuação nos 3 níveis de dificuldade “Easy, Normal e Hard” para abrir todas as músicas do jogo.

A jogabilidade consiste em mexermos nossas mãos na hora certa em que as setas atingirem a linha certa da nota. Em nossa mão dominante seguramos a batuta e seguindo as setas que vem descendo basta mexer a mão na direção certa, nossa segunda mão é usada para dar apoio à primeira mão em algumas notas e serve para apontar quando um círculo surge na tela, mostrando que é a hora daquele setor em específico tocar, e também usamos ela esticada fazendo o movimento de sobe e desce para diminuir ou aumentar o “volume” da orquestra quando uma onda amarela ou azul aparece.

Caso vá bem na música, recebe aplausos, rosas e gritos ovacionando sua performance, do contrário pode levar uma chuva de tomates, vaias e músicos bem chateados com sua habilidade.

Infelizmente nem tudo são flores, e algumas questões técnicas aqui podem ser um problema se a iluminação da sua sala não estiver muito boa para captar as mãos, lembrando que as mãos no jogo só irão funcionar bem se forem captadas pelas câmeras PSVR2, então as mãos sempre tem que estar á frente do rosto, posso adiantar que a captação não é tão boa quanto no META QUEST 3 que tem a captação muito superior que no PSVR2, mas mesmo assim vale a pena jogar usando apenas as mãos.

Agora uma DICA MUITO IMPORTANTE, se você entrar no jogo usando os controles do PSVR2 NÃO conseguirá habilitar a função do Hand Tracking pois não há essa opção nas configurações do jogo, e até o momento que essa análise foi escrita o ÚNICO MODO é se você entrar no jogo usando o controle do próprio PS5, pois aí consegue inclusive recentralizar a tela. No Meta QUEST 3 existe a opção de “pinçar” fazendo recentralizar seu ambiente.

Fora isso o jogo tem apenas o idioma inglês como opção de voz, indicando outro idiomas como opções de legendas, mas que nem de longe atrapalha a experiência pois é tudo extremamente fácil e intuitivo.

Mesmo com alguns desses pontos que podem ser consideradas pequenas falhas, Maestro se mostra um game muito competente, ele oferece um repertório diverso e fabuloso, com qualidade sonora e lindos visuais, o Hand Tracking é uma adição muito bem vinda, mesmo que possa apresentar algumas falhas, sendo assim, recomendo fortemente o game para aqueles que assim como eu adoram games musicais em VR.