AnálisesPCPlayStationXbox

Sherlock Holmes: Chapter One – É bom, mas não espere muito dele | Análise

No que diz respeito a game de investigação, Sherlock Holmes: Chapter One é um dos melhores títulos que podemos encontrar atualmente

Analisado no PlayStation 5


Personagem ícone quando o assunto é obra de ficção, Sherlock Holmes já esteve representado em inúmeras situações tais como filmes, livros, vídeo games e séries para TV. Por muitos, o personagem é conhecido nos cinemas o qual foi interpretado pelo ator Robert Downey Jr. nosso eterno Homem de Ferro.

No mundo dos games, o mais recente título é Sherlock Holmes: Chapter One, o qual foi analisado no PlayStation 5, mas que também está presente nos Xbox Series X | S e PC, com as versões de PS4 e Xbox One programadas para 2022.

Nesta nova adaptação para os games, temos uma versão mais jovem do detetive em um de seus primeiros casos de investigação e com a difícil tarefa de descobrir a morte por traz de sua amada mãe.

Sherlock Holmes Chapter One

O trabalho dos desenvolvedores com a história de Sherlock Holmes é interessante pois aborda seu lado mais introspectivo, fazendo com que tenhamos empatia pelo ser humano por trás do detetive de olhar enigmático.  Com grande foco do enredo em sua adolescência, tanto para os fãs quanto para os que não acompanham sua jornada é de fato interessante ver os motivos e percalços que fizeram de Holmes, um detetive a frente do seu tempo.

A desenvolvedora Frogwares, entende que para uma história possa ser contada, outras precisam coexistir e isso fica evidente logo nos minutos iniciais do jogo. Ainda que o game evidencie a trama principal, você se vê obrigado a desvendar outros mistérios e de forma muito criativa e engenhosa estão interligadas, fornecendo pistas para que você possa avançar.

Ambientada no Século XIX, o modo campanha tem casos centrais e outros casos paralelos que não te obrigam a finaliza-los, porem o emaranhado de evidencias espalhadas dentre eles é um convite para que você possa cumpri-los.

A dificuldade depende muito da sua percepção aos detalhes e o gameplay é inteligente nesse sentido pois lhe ajuda para que o andamento do roteiro não caia na mesmice ou desinteresse. As legendas em PT-BR, é um facilitador que não deve ser ignorado e cabe aqui o elogio.

Por falar em gameplay, temos aqui pontos positivos e criativos que só podem existir em games deste gênero. São inúmeros títulos e franquias que prezam pelo teor investigativo como por exemplo Resident Evil, Alone in the Dark, dentre outros.

O destaque é que em Sherlock Holmes: Chapter One isso fica elevado em uma escala bem maior, visto que o game fornece técnicas para coletar as evidencias e informações das testemunhas espalhadas pelos cenários. É possível analisar o gênero, gosto pessoal, histórico escolar, idade, além de coletar pistas físicas como manchas de sangue e fazer até mesmo uma análise laboratorial.

Sherlock Holmes Chapter One

Assim como a franquia HITMAN – títulos que até tem algumas semelhanças, tirando fato de que em Hitman você tem licença para literalmente executar o investigado – Holmes tem a opção de usar disfarces para coletar informações de determinados personagens que não facilitariam sua vida caso você aparecesse na frente deles como detetive.

Com todo aparato ao seu dispor e após a coleta de inúmeras evidencias e provas, o game traz um manual mental para que você consiga juntar as informações, reconstituindo cenas, criando deduções para que uma conclusão seja definida pelo jogador. O lado ruim desta teia de evidencias é que caso não tenha sido meticuloso em sua investigação, você pode se sentir perdido e se vendo forçado a refazer o processo investigatório o que não favorece o fator replay por ser algo punitivo.

Se por um lado, o game exige do jogador senso apurado aos detalhes do cenário e personagens, por outro, Holmes pode se ver obrigado a usar a força física e armas para o combate direto.

Sherlock Holmes Chapter One

Os comandos do controle são razoáveis e com uma ajuda exacerbada do efeito câmera lenta, o combate é divertido e até funciona, entretanto fica uma leve sensação de estar fora do contexto. O uso excessivo de QTE e a pouca criatividade nas animações um tanto quanto limitadas, fazem o game parecer datado o que infelizmente atrapalha quando analisado todo o contexto.

Algo que surpreende são os efeitos sonoros que trazem uma boa ambientação do Século XIX e estão totalmente interligadas com o que ocorre nas investigações, como se houvesse um elo entre Holmes e os personagens que estão sob a sua análise.

Certo momento em busca de um oficial militar, que não estava sendo encontrado e precisava ser investigado, ao se aproximar da possível testemunha a música sofreu uma leve subida de tom, agravando-se conforme Holmes se aproximava, no melhor estilo filme noir.

No que diz respeito a game de investigação, Sherlock Holmes: Chapter One é um dos melhores títulos que podemos encontrar atualmente, porem os gráficos ainda que sejam bons e com inúmeros detalhes nos ambientes, são datados. Os personagens sofrem com uma movimentação robótica, expressões faciais quase sem vida e que prejudicam até mesmo o senso dramático do roteiro.

Temos aqui um game podendo rodar livremente dentre as plataformas da antiga geração e PCs menos robustos, entretanto isso se torna seu calcanhar de Aquiles. Em uma ambientação em que os mínimos detalhes fazem toda a diferença, quão incrível seria poder julgar uma testemunha através de suas expressões faciais, não se atendo apenas aos trejeitos e vestimentas.

É agradável e faz jus a experiência para os fãs de jogos de investigação com reviravoltas e uma jogabilidade criativa, mas não se pode esperar mais do que isso.

Confira neste vídeo de gameplay um trecho de Sherlock Holmes: Chapter One

Sherlock Holmes: Chapter One

7

Nota

7.0/10

Positivos

  • Textos em português
  • Trilha sonora
  • Jogabilidade criativa

Negativos

  • Expressões faciais datadas
  • Combates simples com movimentações falhas
  • Apenas modo campanha

Thiago Bonito

Administrador, apaixonado por vídeo game, já sofri quando queimei meu Atari, super fã de jogos clássicos e economizando até a alma para comprar o PS5 no dia do lançamento
Botão Voltar ao topo